Burnout: Entenda as Causas, Sintomas e Como Evitar o Esgotamento Emocional
Mesmo diante dos desafios
A autoestima é um dos pilares mais importantes da saúde emocional. Ela influencia a forma como pensamos, sentimos e reagimos diante das situações do dia a dia. Mais do que apenas “gostar de si mesmo”, ter autoestima é desenvolver uma relação saudável com quem se é — reconhecendo qualidades, aceitando limitações e buscando crescimento pessoal de forma equilibrada. Embora muitas pessoas acreditem que a autoestima é algo fixo, pesquisas em psicologia mostram que ela é dinâmica e pode ser fortalecida ao longo de toda a vida.
A autoestima é o valor subjetivo que damos a nós mesmos. Ela está ligada à percepção de competência, aceitação e pertencimento. Uma pessoa com autoestima saudável não se vê como perfeita, mas se reconhece capaz de aprender, se adaptar e superar desafios. É o resultado da interação entre autoconhecimento, autoconfiança e autoaceitação — três dimensões que se desenvolvem em conjunto e se reforçam mutuamente.
Segundo estudos da psicologia cognitiva, a autoestima influencia diretamente o comportamento e o desempenho. Pessoas com autoestima equilibrada tendem a ser mais resilientes, menos suscetíveis a críticas destrutivas e mais propensas a tomar decisões assertivas. Já a baixa autoestima pode gerar insegurança, autossabotagem e dificuldade de estabelecer limites pessoais.
A construção da autoestima começa ainda na infância, a partir das primeiras experiências sociais e das mensagens que recebemos de cuidadores, professores e colegas. Crianças que crescem em ambientes acolhedores, onde são valorizadas e ouvidas, tendem a desenvolver uma percepção mais positiva de si mesmas. Por outro lado, críticas excessivas, rejeição ou falta de afeto podem levar à formação de crenças negativas que se estendem até a vida adulta.
Com o tempo, essas crenças são reforçadas ou modificadas pelas vivências e pelo modo como cada pessoa interpreta os acontecimentos. Felizmente, a neurociência mostra que o cérebro humano é plástico — ou seja, capaz de mudar ao longo da vida. Isso significa que é possível reprogramar padrões de pensamento e fortalecer a autoestima por meio de novos hábitos mentais e comportamentais.
A autoestima é influenciada por fatores internos (como pensamentos e emoções) e externos (como ambiente e relacionamentos). Compreender essas variáveis ajuda a identificar o que precisa ser ajustado para promover o crescimento pessoal.
Com o passar dos anos, a maturidade emocional traz a capacidade de olhar para si com mais compaixão e realismo. Isso significa reconhecer que falhar faz parte do processo humano e que o valor pessoal não depende da aprovação externa. Pessoas emocionalmente maduras entendem que a autoestima é sustentada por atitudes internas, não por validações passageiras. Essa consciência reduz a ansiedade e aumenta a estabilidade emocional, pois a autopercepção passa a se basear em valores sólidos, e não em opiniões momentâneas.
O autoconhecimento é um dos caminhos mais diretos para desenvolver autoestima sólida. Quando compreendemos quem somos — com nossas forças e fragilidades — aprendemos a tomar decisões alinhadas aos nossos valores. Isso gera coerência entre pensamento e ação, o que fortalece a confiança interna. Práticas de reflexão, leitura, escrita e diálogo construtivo são ferramentas valiosas para esse processo.
Como destaca Divanilson França, fundador do projeto Bem Na Mente, “a autoestima nasce quando paramos de buscar validação externa e passamos a reconhecer o próprio valor como algo que vem de dentro”. Essa perspectiva é essencial para construir uma relação saudável consigo mesmo.
A autossabotagem ocorre quando nossos comportamentos inconscientes impedem o alcance de metas e o fortalecimento da autoestima. Frases como “não sou bom o suficiente” ou “não vai dar certo” ativam um ciclo de insegurança que enfraquece a autoconfiança. Para interromper esse padrão, é importante substituir pensamentos automáticos negativos por afirmações realistas e positivas, baseadas em evidências concretas do próprio esforço e progresso.
Exercitar a autocompaixão também ajuda nesse processo. Ser gentil consigo mesmo diante de erros e frustrações reduz o impacto emocional de falhas e permite continuar avançando com equilíbrio e aprendizado.
Um erro comum é confundir autoestima com arrogância. Enquanto o ego busca se sentir superior aos outros, a autoestima saudável é silenciosa e equilibrada. Ela não precisa provar nada — apenas sustenta a confiança interior. Pessoas com autoestima elevada valorizam suas conquistas sem desmerecer as dos outros. Essa postura favorece relacionamentos mais empáticos e maduros, tanto no âmbito pessoal quanto profissional.
A autoestima passa por transformações conforme amadurecemos. Na infância, ela depende da aprovação e do afeto dos cuidadores. Na adolescência, o foco desloca-se para a aceitação social e o pertencimento. Já na vida adulta, a autoestima tende a se estabilizar com base nas conquistas pessoais, profissionais e afetivas. No envelhecimento, o desafio é manter o senso de valor mesmo diante das mudanças físicas e sociais.
Em todas as fases, o fortalecimento da autoestima depende da capacidade de adaptação e da forma como lidamos com as mudanças. Encarar o envelhecimento com propósito, reconhecer experiências acumuladas e cultivar relações significativas são formas eficazes de preservar o senso de valor pessoal.
O fortalecimento da autoestima é um processo ativo e contínuo. Pequenas mudanças diárias geram grandes resultados ao longo do tempo. Abaixo, estão estratégias comprovadas pela psicologia que ajudam nesse desenvolvimento:
Essas atitudes estimulam o desenvolvimento da autoconfiança e a percepção de competência, que são pilares da autoestima sustentável.
A autoestima está intimamente ligada à saúde mental. Pessoas com bom senso de valor pessoal lidam melhor com o estresse, tomam decisões mais conscientes e demonstram maior capacidade de empatia. Por outro lado, a baixa autoestima pode favorecer o isolamento, o medo de se expor e a dificuldade de estabelecer limites. Fortalecer a autoestima, portanto, é também uma forma de prevenir desequilíbrios emocionais.
Pesquisas indicam que níveis adequados de autoestima estão associados à redução de sintomas de ansiedade e ao aumento da sensação de propósito. Isso ocorre porque a autoconfiança favorece a tomada de decisões coerentes e a autocompaixão reduz o impacto de situações frustrantes.
Fortalecer a autoestima ao longo da vida é um processo que exige autoconhecimento, paciência e comprometimento com o próprio crescimento. Não há fórmula instantânea — trata-se de um caminho contínuo de construção interna. Cada passo, por menor que pareça, contribui para a formação de uma mente mais equilibrada, segura e confiante.
Como reforça Divanilson França, “a autoestima é o espelho da relação que temos conosco. Quanto mais aprendemos a nos respeitar, mais refletimos equilíbrio e serenidade nas nossas atitudes”.
Portanto, cultivar a autoestima é investir em qualidade de vida, em saúde emocional e em uma existência mais plena e autêntica. É reconhecer que cuidar da mente é também cuidar de quem somos e de como nos apresentamos ao mundo.
Leia também:
Autor: Divanilson França — Bem Na Mente
Atualizado em: 11 de outubro de 2025
Gostou muito, pois ao envelhecer vem medos em nós que muitas vezes não conseguimos controlar
ResponderExcluir